Coluna do Pablo Kossa
Goiás Esporte Clube. Instituição que já teve destaque no futebol brasileiro e agora vê seu prestígio minguar ano após ano. Como toda decadência, a coisa não acontece de um dia para o outro. O processo não se dá de forma repentina. A corrosão rola aos poucos, continuamente. A cada dia, um tantinho se esvai. E quando nos damos conta, já não há mais como restaurar tudo que foi perdido.
A derrocada esmeraldina tem como marca simbólica a pipocada histórica de 2013 contra o Santos no Serra Dourada. Assim como as revoluções não acontecem num único dia ou com um único marco, mas todas têm aquele que é considerado o ponto de inflexão de um processo, também é possível estabelecer momentos que marcam descensos. A do Goiás é essa derrota por 3 a 0 em casa.
Até então o Goiás era respeitado em qualquer gramado do futebol brasileiro e temido no Serra Dourada. Isso acabou. O respeito só existe na memória dos esmeraldinos. O que se vê hoje é um clube parado no tempo e que não oferta esperança a seu torcedor.
A hegemonia do futebol goiano é exercida pelo Atlético Goianiense, time de mais títulos estaduais nos últimos dez anos e representante do estado na Série A. Vila Nova e Goiânia eliminaram o Verdão nas últimas disputas eliminatórias. Em âmbito nacional, o Goiás acumula vexatórias eliminações na Copa do Brasil e se tornou um habitué da segunda divisão.
Uma lástima.
As três décadas áureas compreendidas entre 1980 e 2010 ficam cada vez mais distantes. E quando o esmeraldino observa a mentalidade que guia o Goiás de hoje sente vontade de jogar a toalha de vez. Muitos já jogaram. E quem vai falar que estão errados?
Santa Cruz no Pernambuco. Guarani e Portuguesa em São Paulo. América no Rio de Janeiro. Paraná no estado que empresta o nome ao clube. Todos estes já foram grandes, viveram glórias e hoje são pálidas presenças perante o seu passado.
O Goiás está cada vez mais perto de adentrar esse triste rol. Caso seja rebaixado para a Série C, estará dentro deste clube.
Ah, Drumond… Aquele Serra Dourada lotado de verde com um time em campo que dava medo nos grandões do Brasil é hoje só uma fotografia na parede. E como dói!
@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Mantovani Fernandes – Seel