A sessão plenária da Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia desta quarta-feira (21/2) foi marcada pela presença maciça de servidores administrativos da Secretaria de Educação. Os profissionais procuraram apoio do Legislativo na reivindicação do pagamento retroativo do data-base de 2015, pendente por parte da prefeitura.
Falando em nome da categoria, Eliete Araújo explicou que o protesto visa cobrar um direito já assegurado judicialmente e criticou uma proposta feita pela gestão municipal, alegando que os valores oferecidos eram significativamente inferiores ao devido. Ela classificou a atitude como um desrespeito com os servidores.
“Queremos respeito. Isso fere nossa dignidade. Queremos os valores reais”, pontuou Eliete.
Em solidariedade à causa, o presidente da Câmara, André Fortaleza (MDB), questionou a legalidade da situação em que o gestor não cumpre seus deveres. E garantiu apoio contínuo às categorias de servidores na luta pelos seus direitos.
“Direito é direito. Não se trata de fazer propostas”, destacou Fortalece, ao lembrar que em meados do ano passado o Executivo enviou uma proposta à Câmara para criar mais cargos em uma reforma administrativa, aumentando gastos para a prefeitura.
“Como se pode esperar nove anos por uma solução e ainda ter que implorar ou negociar? Quem garante que o negociado será efetivamente pago?”, questionou Fortaleza ao concluir sua fala.
Presidente da Comissão de Educação da Câmara, vereador Willian Panda (PSB, foto), explicou que as negociações sobre o retroativo, pendente há quase uma década, frequentemente desconsideram os servidores administrativos. Ele relembrou um acordo do ano passado com a prefeitura para o pagamento parcelado do retroativo, que seria em sete parcelas, mas que não foi honrado.
Panda ressaltou a importância de obter dados concretos da Secretaria de Educação sobre o valor total da dívida e anunciou que propôs um requerimento solicitando essas informações, na expectativa de obter uma resposta rapidamente. O objetivo, segundo Panda, não é apenas receber uma resposta sobre o total devido, mas também compreender detalhadamente como esse valor foi calculado.
Diversos vereadores usaram a palavra para apoiar a causa dos servidores administrativos. O vereador Leandro expressou seu apoio à Comissão de Educação da Câmara, comprometendo-se a colaborar na busca de soluções para o pagamento do retroativo. Já Aldivo Araújo enfatizou a responsabilidade da Câmara em assegurar a justiça, reiterando que direitos devem ser respeitados, não debatidos.
Gleison Flávio sublinhou que os servidores que hoje protestam buscam o reconhecimento de um direito, e não um favor. Ele expressou ceticismo quanto ao cumprimento do pagamento pela prefeitura, mas assegurou que os vereadores permanecerão firmes na luta para apoiar os servidores.
Em resposta à reivindicação, a Prefeitura de Aparecida de Goiânia, por meio das secretarias de Fazenda, Educação e Procuradoria Geral do Município, informou que, por determinação do prefeito Vilmar Mariano, desde abril de 2023, tem buscado juntamente com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) um acordo para pagar a diferença da data-base de 2015 dos administrativos.
“Como a demanda foi judicializada, poderia se aguardar a decisão judicial, mas o gestor municipal determinou que seja feito um acordo e o pagamento da diferença relativo à data-base dos administrativos”, informou a prefeitura em nota.
“Vale ressaltar que no mandato do atual prefeito a data-base sempre foi paga corretamente e os vencimentos foram reajustados em percentuais que variam de 15% a 18% para os cargos de merendeiros, agentes e auxiliares de serviços diversos, auxiliares de secretaria, agentes educativos, intérpretes de Libras, instrutores de surdo, bibliotecários, analistas de Cultura e Desporto e dos professores de informática”, completa o texto enviado à Redação pela prefeitura.