INVESTIGAÇÃO
Dois advogados foram presos suspeitos de levar bilhetes de facção para detentos em presídios de Goiás. Segundo o Ministério Público de Goiás (MPGO), os profissionais são suspeitos de fazerem parte da célula jurídica da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
A investigação apontou que o objetivo da organização criminosa era promover falsas denúncias com o intuito de flexibilizar regras internas. Os bilhetes eram repassados aos detentos por meio de atendimentos parlatórios, ou seja, em locais para conversas entre presos e advogados.
Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) informou que está acompanhando a operação e reiterou o compromisso de garantir que os procedimentos legais e as garantias constitucionais sejam integralmente respeitados. Leia a nota completa na íntegra.
Conforme o MPGO, entre as informações transmitidas, que estão detidas em unidades prisionais especiais, estava um plano coordenado para interferir nas rotinas dos detentos dentro dos presídios, como a saída para o banho de sol e audiências. Em um dos bilhetes, a facção declara apoio aos que ficaram “fora do ar”.
“Primeiramente um forte e leal abraço a todos sem exceção meus irmãos nois (sic) da sintonia fora do ar estamos de mãos dadas com vocês. Meus irmãos nois (sic) da sintonia fora do ar somos responsáveis por vocês devido o que ocorreu na unidade e vocês terem ficado fora do ar a unidade voltou para a nossa responsabilidade e estamos aqui para apoiá-los no que for preciso e necessário”, consta na carta.
O MPGO informou que os advogados também estariam transmitindo ordens de liderança para que os presos realizassem falsas denúncias de torturas e maus-tratos para os órgãos de controle. De acordo com o órgão, a intenção era obter flexibilidade de regras internas nos presídios de Goiás.
“A Ordem dos Advogados do Brasil — Seção Goiás (OAB-GO) informa que, sobre a Operação “Honoris Criminis”, conduzida pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), estão sendo acompanhados os desdobramentos da ação em Anápolis por meio de um representante da Comissão de Direito e Prerrogativas (CDP) da subseção local. Sobre a possível operação também em Valparaíso de Goiás, a OAB-GO desconhece o assunto.
A Seccional Goiana reitera seu compromisso em garantir que os procedimentos legais e as garantias constitucionais sejam integralmente respeitados”.