Judiciário
A confusão que se criou na comarca de Alto Paraíso de Goiás depois que o promotor Douglas Chegury chamou a advogada Marília Gabriela Gil Brambilla de ‘feia’ resultou não só na nulidade do tribunal do júri que acontecia naquele dia, como também levantou uma dúvida: o que vai acontecer agora com o caso que estava sendo julgado?
A sessão ocorreu na manhã da última sexta-feira (22). Chegury relata que os representantes da defesa provocaram-no o tempo todo com o “objetivo deliberado” de provocar a anulação. O climax se deu quando a advogada teria mandado beijo ao promotor e ele, em resposta, disse: “Não quero beijo da senhora. Se eu quisesse beijar alguém aqui, eu gostaria de beijar essas moças bonitas, e não a senhora, que é feia”. Após protestos, ele complementou: “mas é óbvio. Só porque eu reconheci aqui que esteticamente… Eu menti? Tecnicamente ela não é uma mulher bonita”.
Em razão desse fato, o juiz Felipe Junqueira d’Ávila Ribeiro de imediato anulou a sessão e determinou que “se designe nova data para realização da sessão plenária, com máxima urgência, por se tratar de réus presos”.
Mas não foi só isso: ele também deliberou a respeito de outras solicitações feitas pela defesa. Primeiro, indeferiu o pedido para expedição de ofício ao Conselho Nacional do Ministério Público e ao Supremo Tribunal Federal, por entender que caberia à defesa tomar diretamente essas providências.
Depois, indeferiu o pedido de prisão do promotor “por não se vislumbrar fato que justificasse tal medida”.
Por fim, indeferiu os pedidos de revogação da prisão preventiva dos acusados, “uma vez que se mantém hígidos os fundamentos da decisão que as decretou”. Os réus desse processo são acusados de envolvimento em crime contra vida.