SAÚDE
O Estado de Goiás já registrou 90 notificações de casos de tuberculose em 2024. Em 2023, foram 1212, 11,5% a mais que em 2022, com 1087 ocorrências. Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Somente no Hospital de Doenças Tropicais (HDT), foram 284 notificações de casos de tuberculose em 2023, 59,5% a mais que ano anterior, que tiveram 178 registros. Em 2024, já são 68 no local.
Vale citar, no próximo domingo (24) se comemora o Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose, estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para conscientizar a população, profissionais de saúde e gestores sobre a importância de desenvolver políticas públicas e implementar medidas preventivas contra essa doença.
Inclusive, trata-se de doença curável, mas que mata 14 pessoas por dia no País. Ela é infecciosa e causada pelo Mycobacterium tuberculosis, bactéria que geralmente afeta os pulmões e é transmitida de pessoa para pessoa pelo ar.
O HDT e o Centro Estadual de Atenção Prolongada e Casa de Apoio Condomínio Solidariedade (Ceap-Sol), unidades do Governo de Goiás geridas pelo Instituto Sócrates Guanaes (ISG), oferecem suporte para o tratamento de pacientes com essa enfermidade. O médico infectologista responsável pelo ambulatório de novos casos de tuberculose do HDT, João Victor Coriolano, enfatiza a importância de buscar atendimento se a tosse persistir por mais de três semanas ou em caso de contato com alguém que possui a doença, para iniciar o tratamento adequado.
Segundo ele, a mortalidade da doença muitas vezes é devido à demora no diagnóstico. “Vejo muitos pacientes com diagnóstico inicial de pneumonia, que posteriormente se revela como tuberculose. Isso às vezes causa atrasos no diagnóstico. Além disso, a gravidade da tuberculose contribui significativamente para a mortalidade. A doença pode comprometer gravemente os pulmões, levando a dificuldades respiratórias graves, necessidade de oxigenoterapia, intubação e até mesmo cuidados intensivos em UTI. Todos esses fatores aumentam a gravidade e o risco associado à doença”, relata.
Ele explica que, além da tosse persistente, outros sintomas característicos são febre vespertina, sudorese intensa que molha as roupas de cama, perda de peso não relacionada à dieta e presença de ínguas pelo corpo. O médico esclarece que os sintomas podem aparecer 30 dias após o contato, mas também podem demorar anos.
João Victor esclarece que a tuberculose latente é identificada por meio de exames como PPD e IGRA. Com os resultados, bem como outros fatores, como a presença de diabete, HIV ou doença renal crônica, uma equipe médica decide iniciar um tratamento preventivo para evitar o desenvolvimento da tuberculose ativa. A abordagem é fundamental para prever e prevenir a tuberculose.