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A Justiça tornou réu o delegado Kleyton Manoel, investigado por suposto estupro contra a ex-miss trans Jade Fernandes, de 23 anos, em Goiânia. Além deste crime, ele também foi denunciado por dirigir bêbado. O processo corre em segredo, mas a informação foi confirmada pela TV Anhanguera.
O juiz Liciomar Fernandes da Silva determinou medidas como o recolhimento do passaporte, comparecimento em juízo até o dia 5 de cada mês para comprovar atividades, além de não poder deixar a cidade sem autorização. Ele também não pode ter contato pessoal ou mandar outros se encontrarem com testemunhas do casa, a vítima ou parentes dela.
A decisão acata pedido do Ministério Público de Goiás (MPGO), que também pediu, cautelarmente, o afastamento do servidor. O Mais Goiás não conseguiu o contato da defesa do delegado. O espaço segue aberto, caso haja interesse.
O portal também solicitou uma posição à Polícia Civil sobre o caso. Em nota, a corporação afirmou que “até o momento, não foi notificada da decisão judicial. E, tão logo o seja, tomará as providências cabíveis para seu escorreito cumprimento”.
De acordo com a denúncia, o Kleyton Manoel constrangeu a ex-miss, “mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal”. Além disso, conforme o MP, o delegado ingeriu bebida alcoólica e conduziu o veículo com a “capacidade psicomotora alterada pelo álcool”.
Jade Fernandes acusou o delegado, da 8ª Delegacia Distrital de Goiânia, de ter cometido o crime após saírem de uma boate na capital, no início de janeiro. O homem nega as acusações.
Em depoimento prestado à Polícia, a ex-miss trans denunciou que estava em uma boate para comemorar o aniversário de um amigo jornalista. O delegado Kleyton Manoel também estava no local. De acordo com a vítima, ela, o suspeito e uma terceira mulher combinaram de ir para um outro local.
Durante o trajeto, porém, a passageira perguntou se Jade era mulher ou homem. Segundo a denúncia, neste momento, o delegado cancelou o combinado de saírem e se ofereceu para levar as mulheres em casa. Ele deixou uma delas no Jardim Novo Mundo, e foi para o Setor Jaó para deixar Jade em casa.
De acordo com a ex-miss trans, no percurso, Kleyton parou o carro em um lugar escuro, colocou o órgão genital para fora e perguntou o que eles fariam. Jade afirma que disse não querer ter relações sexuais, e, a partir daí, o delegado teria se mostrado agressivo. A mulher narra que foi colocada a força dentro do porta-malas do carro e estuprada. Depois do crime, a vítima foi mantida no porta-malas até chegar na casa em que mora.
Um vídeo de câmeras de monitoramento mostra quando Jade sai do carro nua. Após ser socorrida por um amigo que mora com ela, a trans foi levada a um hospital e realizou exame de corpo de delito. Ela disse que pensou em não denunciar o crime por medo.
Em nota no início das investigações, Kleyton disse que ficou abalado com a situação e que irá provar a inocência dele. O delegado também repudiou as acusações.
A pena prevista para o estupro é de 6 a 10 anos de prisão. Já para o crime de dirigir embriagado a pena é de 6 meses a 3 anos de prisão, além de multa e, inclusive, proibição ou suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).