A Polícia Federal (PF) sustenta que, com as evidências que deram início à Operação Tempus Veritatis na quinta-feira (8), reuniu elementos suficientes para confirmar a participação de Jair Bolsonaro (PL) na liderança de um plano de golpe de Estado.
Segundo informações da colunista Natália Portinari, do Uol, a PF considera que a investigação está próxima de sua conclusão. As provas apresentadas na operação corroboram os depoimentos prestados na delação de Mauro Cid, ex-auxiliar de Bolsonaro.
Os crimes sob investigação na operação incluem tentativa de subversão do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e associação criminosa. A PF planeja encaminhar os indiciamentos à Procuradoria-Geral da República (PGR), que, após analisar a investigação, deverá apresentar as denúncias ao Supremo Tribunal Federal (STF), sob a responsabilidade do ministro relator, Alexandre de Moraes.
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Os depoimentos e evidências documentais coletadas pela PF situam o ex-presidente Bolsonaro em várias conversas onde se discutia um golpe de Estado, incluindo aquelas com seu ex-assessor Filipe Martins, um dos detidos na quinta-feira.
As provas mais robustas contra o ex-presidente indicam que Jair Bolsonaro não apenas recebeu, mas também propôs alterações em um esboço de decreto golpista, contrariando informações anteriores de que ele não teve conhecimento ou interferiu no documento.
Um documento, sem assinaturas, sugerindo Estado de Sítio, foi encontrado no escritório de Bolsonaro na sede do PL em Brasília. Essa informação foi divulgada pela GloboNews e confirmada pelo Portal iG.
Entre as modificações solicitadas por Bolsonaro, estava a remoção dos nomes de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado Federal, e de Gilmar Mendes, ministro do STF, da lista de possíveis detidos após a decretação de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO). No entanto, o nome de Alexandre de Moraes permaneceria na lista, com a ordem de sua prisão.
Na quinta-feira (8), a Polícia Federal realizou 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva. Por ordem do juiz Alexandre de Moraes, os investigados estão proibidos de se comunicarem entre si e de deixarem o país. Além disso, devem entregar seus passaportes em até 24 horas e estão temporariamente afastados de suas funções públicas.
Entre os detidos na operação estão os ex-assessores Filipe Martins e o coronel do Exército Marcelo Costa Câmera, juntamente com o major Rafael Martins de Oliveira. O presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo, em Brasília, durante a execução de um mandado de busca e apreensão contra ele.
Segundo informações da Polícia Federal, o grupo elaborou um esboço de decreto com o objetivo de promover um golpe de Estado. Antes das eleições de 2022, conforme evidências reunidas, o ex-presidente exigiu que seus ministros disseminassem notícias falsas sobre o pleito, as urnas eletrônicas e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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*Com informações do UOL e IG