O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), disse nesta quarta-feira (20/3) que, de imediato, determinou o afastamento de Alisson Borges da presidência da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). Além da diretoria da empresa controlada pela prefeitura, os demais servidores da Comurg envolvidos no processo também serão afastados.
Alisson é um dos auxiliares do prefeito alvos da Operação Endrôminas, deflagrada na manhã de hoje pela Polícia Civil de Goiás com cumprimento de mandados de busca e apreensão nas secretarias de Infraestrutura e Administração e Agência de Meio Ambiente, além da Comurg. Também são alvos da operação policial deflagrada nesta quarta-feira empresas e empresários que prestam serviços para a prefeitura, por diversos crimes, como corrupção e organização criminosa, a partir de fraudes em licitações.
“Ele [Alisson Borges] deve dar a sua resposta à sociedade, mas como gestor público e majoritário da empresa, determinei que o conselho da empresa, de acordo com o estatuto, se reúna para que possamos tomar as devidas providências cabíveis em relação à diretoria executiva da empresa”, disse Rogério Cruz, durante coletiva de imprensa.
O prefeito reafirmou que sua administração é pautada na transparência e é a maior interessada no esclarecimento de eventuais crimes que lesam a administração e a população. Ele pontuou que ainda não tem acesso ao teor da investigação, portanto não sabe a extensão dos eventuais crimes e responsabilidade dos envolvidos.
“A Prefeitura de Goiânia recebeu com tranquilidade e transparência a ação da Polícia Civil, tanto aqui no Paço Municipal quanto nos órgãos fora do Paço. E as atitudes serão tomadas de acordo com o inquérito e apontamento da Polícia Civil”, afirmou o gestor, ao reiterar que a Polícia Civil tem o apoio irrestrito da administração.
Durante a coletiva, Rogério Cruz afirmou ainda que cada servidor do município envolvido deve responder por seus atos. Durante cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa de Alisson Silva Borges, a Polícia Civil apreendeu R$ 431 mil em espécie. Apesar de guardar dinheiro em casa não constituir crime, a polícia apreendeu a quantia para que seja esclarecida sua origem.
No ano passado a Comurg e Alisson estiveram no centro de uma Comissão Especial de Inquérito na Câmara Municipal, mas a investigação terminou sem indiciar ninguém por supostas irregularidades na gestão da companhia, que é responsável pelo serviço de limpeza, iluminação e outros na capital.
“Vamos tomar todas as providências cabíveis assim que recebermos o inquérito final e a decisão da Polícia Civil em nossas mãos. É importante lembrar que nenhum valor foi encontrado em órgão público. E aquilo que foi encontrado, cada um, como pessoa física, deverá dar os esclarecimentos e tomar suas providências cabíveis”, pontuou o prefeito.
Em resposta aos questionamentos da imprensa, o gestor confirmou que os contratos licitatórios sob investigação seguem o que estabelece a Lei de Licitações, e que muitas das empresas envolvidas prestam serviço à prefeitura há mais de duas décadas. Assim como todos os procedimentos de tramitação de processo de licitação são acompanhados pela Controladoria-Geral do Município (CGM).
Em nota emitida anteriormente, ainda pela manhã, a Prefeitura esclareceu que contribui com o acesso das equipes policiais aos locais visitados para a coleta de equipamentos ou documentos, e que reúne informações sobre o objeto das investigações para prestar todos os esclarecimentos com transparência.