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As pessoas estão cada vez mais conscientes dos perigos de dirigir após o consumo de bebidas alcoólicas. No entanto, há outros fatores de risco por trás do volante que podem ser desconhecidos. A Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) divulgou uma diretriz destacando o perigo de dirigir após o uso de diversos medicamentos, incluindo antidepressivos, anti-histamínicos, benzodiazepínicos, hipnóticos e opiáceos.
Embora a contraindicação para operar máquinas ou dirigir geralmente esteja presente na bula desses medicamentos, a entidade destaca a necessidade desse alerta, especialmente devido ao aumento no consumo de medicamentos psiquiátricos após a pandemia. Entre 2019 e 2022, houve um aumento de 10% no uso de remédios para ansiedade, 33% no uso de sedativos e 34% no uso de antidepressivos.
A professora Titular de Farmacologia da Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenadora do SoU_Ciencia, Soraya Smaili, confirma o aumento no uso de diversas classes de medicamentos. Ela explica que o efeito dos medicamentos depende da dose e do momento em que são tomados, e adverte para a atenção necessária nos casos de uso contínuo:
“O medicamento não é eliminado rapidamente, alguns podem permanecer no organismo por até 72 horas, dependendo da dose. Nessas situações, é melhor evitar dirigir ou operar máquinas”, disse.
O documento da Abramet, destinado aos médicos do tráfego e ao sistema de saúde, tem como objetivo orientar políticas públicas e servir à população, destacando os cuidados que os pacientes devem tomar ao assumir o volante.
Para o presidente da entidade, Antonio Meira Júnior, os efeitos do uso de medicamentos na capacidade de dirigir também devem ser considerados pelas autoridades do poder Executivo e Legislativo:
“Esta diretriz pode orientar a formulação de uma norma na área da saúde, incluindo um alerta visual nos rótulos dos medicamentos, quando necessário.”
Em 2009, a Abramet recomendou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a adoção de um “símbolo de alerta” nas embalagens dos Medicamentos Potencialmente Prejudiciais ao Condutor de Veículos Automotores, mas a proposta ainda não foi implementada.
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