MENU

relembre o caso
Foto: Reprodução
Claudia Soares Alves, neurologista que, em 23 de julho de 2024 se passou por pediatra e sequestrou uma recém-nascida da maternidade do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), foi solta pela Justiça de Goiás após oito meses presa. A liberação ocorreu na terça-feira (25), quando o alvará foi cumprido na Unidade Prisional Regional Feminina de Orizona (GO). A Polícia Penal de Goiás confirmou a informação nesta sexta-feira (28).
A defesa da médica informou que não irá se pronunciar sobre o caso, uma vez que o processo segue em segredo de justiça. Pelo mesmo motivo, o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) não divulgou os fundamentos da decisão que concedeu liberdade provisória à acusada.
Claudia foi indiciada em agosto de 2024 pelos crimes de falsidade ideológica e tráfico de pessoas. Ela foi encontrada com a bebê em Itumbiara (GO), a 135 km de Uberlândia, um dia após sequestrá-la da maternidade do HC-UFU.
De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais, o indiciamento foi baseado em depoimentos, imagens do crime e na apreensão da recém-nascida na casa da médica em Itumbiara. “Ela era muito bem articulada. Entrou, mexeu nos peitos da minha esposa para ver se tinha leite, disse que era pediatra e que ia levar a bebê para se alimentar. Minutos depois, eu vi que a minha menina não voltava, e aí percebemos que ela tinha sido levada”, relatou Édson Ferreira, pai da criança.
Claudia Soares Alves entrou na maternidade vestida com jaleco, luvas e máscara, além de portar um crachá da UFU. Ela era docente da Faculdade de Medicina da universidade e tinha acesso ao hospital. A médica se apresentou como pediatra e levou a bebê sob o pretexto de alimentá-la. Em seguida, saiu do hospital carregando a criança e seguiu até seu carro.
Durante as investigações, a polícia descobriu que, enquanto mantinha a recém-nascida escondida em sua mochila, Claudia conversava com o pai da criança e com funcionários do hospital, afirmando que a bebê estava sendo alimentada por uma enfermeira.
Horas após o crime, Claudia Soares Alves foi presa pela Polícia Civil em Itumbiara. Em depoimento, ela alegou que estava em “surto psicótico” e havia tomado medicação controlada. A defesa da médica sustenta que a questão deve ser resolvida no incidente de insanidade já em andamento na Justiça.
Além disso, a Polícia Civil revelou que Claudia estava cadastrada no Sistema Nacional de Adoção e possuía aptidão psicológica favorável para adotar uma criança, conforme documentação apresentada por ela no processo.